A Quercus alertou as entidades responsáveis para a necessidade de fiscalizar a pesca ilegal de peixes migradores no Rio Vouga e avisa que é “urgente tomar medidas em prol da sua conservação”.
No sentido da protecção destas espécies, e para a conservação do Sítio do Vouga, o Núcleo Regional de Aveiro da associação ambientalista destaca as espécies piscícolas migradoras que dependem da protecção que este “Sítio” lhes confere, como sejam o sável, a savelha e a lampreia que sobem o Rio Vouga para completar o seu ciclo de vida, desovando.
A Quercus cita o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, referindo-se à lampreia e à savelha como espécies com estatuto de ameaça “vulnerável”, enquanto o sável possui o estatuto “em perigo”, pelo que a associação ambientalista alerta para a necessidade de manter a qualidade ecológica dos cursos de água onde desovam e pelo condicionamento da pesca nesses locais.
A lampreia e o sável têm um “elevado interesse conservacionista” mas também têm um “elevado valor económico” e, por isso, lamenta a Quercus, são “muito frequentemente alvo de capturas ilegais”.
Por isso, espera que a pesca seja “devidamente controlada e erradicada das águas do Rio Vouga”, escreve a associação ambientalista em comunicado. Segundo a Quercus, “em anos transactos foram frequentes as notícias de diversas ilegalidades cometidas na captura destas espécies no Rio Vouga, quer com recurso a redes, quer utilizando a fisga e focos durante a noite, uma técnica proibida”.
O alerta da Quercus justifica-se pelas consequências que se têm verificado. “A intensidade das capturas é de tal forma elevada que poderá colocar em causa a manutenção das populações neste Sítio”, dizem os ambientalistas.
O comunicado refere que o Rio Vouga é uma área de “extrema importância para a conservação da natureza albergando um conjunto diversificado de espécies de elevado valor conservacionista”, com importância no contexto internacional, sendo por isso que um troço do rio nos concelhos de Águeda, Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga encontra-se inserido na
Rede NATURA 2000 – Sítio de Importância Comunitária do Vouga, segundo Resolução de Conselho de Ministros n.º 142/97 de 28 de Agosto e Portaria n.º 829/2007 de 1 de Agosto. A lampreia começa a chegar ao estuário em Janeiro, subindo o Rio Vouga até Maio, o Sável, chega entre Fevereiro e Março, prolongando a migração até Junho, pelo que neste período são muitos os pescadores que se dedicam à pesca destas espécies.-João Peixinho
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