Nunca a manhã infantil das Festas de São Gonçalinho foi tão concorrida. Tudo graças à cavaca gigante, que teve honras de cortejo e bênção
Todos os anos, a cavaca é a “rainha” da festa em honra de São Gonçalinho. Às toneladas, são fabricadas para estes dias de Janeiro e atiradas do alto da capela em sinal de agradecimento por promessas feitas ao padroeiro do bairro da Beira Mar. Uma tradição que “atira” esta festa centenária para o topo da lista das mais peculiares de Portugal. Durante quatro dias, São Gonçalinho é venerado de múltiplas formas, onde a tradição religiosa se cruza de muito perto com a festa pagã e onde o culto ao santo casamenteiro ganha fiéis. Um desses dias é, tradicionalmente, dedicado às crianças, com a mordomia a dedicar-lhe um programa especial e onde não faltam centenas de quilos de cavacas para serem distribuídas pelos mais pequenos. Este ano, a manhã infantil viveu um momento inédito e que conseguiu atrair ao Largo da Capela um número recorde de pessoas: o “lançamento” de uma cavaca gigante.
A iniciativa foi do Centro Social e Paroquial da vera Cruz que quis com esta acção pioneira assinalar o início do projecto “Ajud’arte”. O lançamento de uma cava gigante foi a forma encontrada pela instituição para atrair a atenção da população de Aveiro para o “Ajud’arte”, que pretende até ao mês de Setembro reunir cerca de 300 mil euros, a verba necessária para a abertura da Creche da Vera e do Cruz. O doce foi confeccionado ao longo de dias, numa confeitaria tradicional de Aveiro, e feito por partes. Só depois foram unidas com calda de açúcar para ficar com um aspecto semelhante às cavacas tradicionais. Ontem, a cavaca gigante, que até concorre para ser inscrita no Livro dos Recordes como a maior cavaca do mundo, chegou ao Largo da Capela em cortejo, com músicos a abrir caminho. Depois de medida, e confirmados os seus 1,94 metros de comprimento e 60 centímetros de largura, foi benzida pelo padre Fernando Rocha, presidente do Centro Social e Paroquial da Vera Cruz, e “atirada” para o Largo da Capela, tal como reza a tradição. Em segundos a cavaca desapareceu, com pequenos e graúdos a (re)viverem o ritual de apanhar um pedaço do bolo das festas de S. Gonçalinho, garante de boa sorte para o resto do ano.
O projecto “Ajud’arte” consta de um conjunto de iniciativas promovidas pelo Centro Social e Paroquial de Vera Cruz, ao longo do ano. O objectivo é angariar mais de 300 mil euros para a conclusão da Creche da Vera e do Cruz, de portas abertas a partir de Setembro. Tendo como padrinho oficial Zé Pedro, guitarrista dos Xutos & Pontapés, esta é uma iniciativa que vai acontecer em vários locais, para públicos diferenciados e cujas acções estão sempre relacionadas com as artes. Um projecto que ganha uma dimensão especial, se se tiver em conta que para cada arte, o CSPVC convidou figuras mediáticas do panorama artístico local, regional e nacional: a culinária foi apadrinhada por Hélio Loureiro (cozinheiro da Selecção Nacional de Futebol), Miguel Chen apadrinha as artes circences, Fernando Silveira a acupunctura, Manuel Alegre a escrita, Ana Lia a dança, Cláudia Stattmiller o teatro… entre muitos outros. Com o apoio destes padrinhos vão acontecer ateliers e workshops, concertos, convívios, espectáculos, concursos, entre outros, numa oferta alargada e diversa para todo o tipo de públicos.
Sandra Simões
fonte: http://www.diarioaveiro.pt/
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